É um fato bem conhecido que os americanos consomem muito açúcar. E a verdade é que essa afinidade com a doçura começa logo na infância, com alguns bebês consumindo açúcar adicionado que excede os níveis máximos recomendados para adultos, relatam pesquisadores dos EUA.

Comer alimentos com açúcar adicionado pode influenciar as escolhas alimentares de uma criança mais tarde na vida.

E o açúcar adicionado vem sendo associado à obesidade, asma, cáries dentárias e fatores de risco de doenças cardíacas, como colesterol alto e pressão alta, disseram os autores do estudo.

Estudos também revelam que as células de câncer são viciadas em açúcar.

Os pesquisadores analisaram dados de 800 bebês e crianças entre 6 e 23 meses de idade na Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição dos EUA de 2011-2014.

Eles descobriram que 85% dos bebês e crianças consumiam açúcar adicionado em um determinado dia e que o consumo de açúcar aumentou com a idade.

Pouco mais de 60% dos estudados com idade entre 6 e 11 meses tiveram uma média de pouco menos de 1 colher de chá de açúcar adicionado por dia.

O valor subiu para 98% entre os bebês de 12 a 18 meses, com uma média de 5,5 colheres de chá de açúcar adicionado por dia.

E um percentual gritante de 99% dos bebês de 19 a 23 meses de idade ficou com pouco mais de 7 colheres de chá de açúcar adicionado em um determinado dia, mais do que a quantidade em uma barra de chocolate Snickers, disseram os autores do estudo.

O açúcar adicionado incluía açúcar de cana, xarope de milho rico em frutose e mel.

Os limites diários recomendados para o açúcar adicionado são 6 colheres de chá ou menos por dia para crianças entre os 2 e os 19 anos e para mulheres adultas e 9 colheres de chá ou menos por dia para homens adultos.

Mas a maioria dos americanos excede esses limites.

“Esta é a primeira vez que observamos o consumo de açúcar adicionado entre crianças com menos de dois anos de idade”, disse a principal autora do estudo, Kirsten Herrick, epidemiologista nutricional do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

“Nossos resultados mostram que o consumo de açúcar adicionado começa no início da vida e excede as recomendações atuais. Esses dados podem ser relevantes para as próximas Diretrizes Dietéticas para os americanos de 2020-2025”, disse ela em um comunicado à imprensa da sociedade.

“A maneira mais fácil de reduzir os açúcares adicionados em sua própria dieta e na dieta de seus filhos é escolher os alimentos que você sabe que não os têm, como frutas e vegetais frescos”, sugeriu Herrick.

A pesquisa apresentada nas reuniões é considerada preliminar até ser publicada em uma revista médica revisada por pares.

Artigo enviado para uso exclusivo do blog Mãe ao Cubo.